Um só ao mesmo tempo é três....

quarta-feira, 20 de maio de 2009 by AlphaMale
é bom não se sentir sozinho.

Eu nunca me distancio deles. E eles sempre estão sob minha sombra.
Como se mais do que um, fossemos três. Como se eu nunca me houvessem conhecido.

E eles jamais me chamassem de mim.
Vivemos aqui, nessa cadeia, nessa gaiola, nessa perdida ilha cercada de oceano.
Sozinhos e acompanhados.
Subexistindo consigo e só.

Vai ver, nessa confusão desconfusa, nessa profusão tão intrusa, onde entro em mim mesmo. Toda hora circular, como serra, como furadeira. Eu é que estou errado.
Talvez eu não devesse ter mostrado, tudo que escondia. Não tivesse chutado assim aquele muro que tu construia, talvez hoje a gente não seria, assim penalizados.

Eu e eles, eu sou eles. Eles são eu.



Conseguimos com tranquilidade discorrer desde o mais absurdamente complexo ao mais ingnóbil assunto.
Podemos gastar horas distanciando Cristais nanometricos de buracos negros e estrelas de neutron. Perder 15 minutos com macro economia e sistemas lógicos.
Fisica quantica, espacial, termodinamica.....

Compreendemos a raça humana como poucos homens já imaginaram.
Vimos navios, vi asas, nuvens e rostos. Perdi amigos, amores, sonhos e o fôlego.
Ganhei dinheiro, perdi cabelo. Achei a solução e perdemos a razão.


Um de nós, é a carne, a força e avidez. A flamula existente na vontade de viver. Intenso e frivolo... Momentaneo e lindo como uma explosão. A ansiedade se espelha no seu olho tranquilo e seguro. Esse o que precedeu, veio primeiro ao mundo. Mas só aqui pisou já quando eu tinha que lutar pra conseguir o pão e a carne. Esse que só descobri quando já não sabia de mais nada. Surgiu no meio daquela confusão, daquela tempestade, me amparando como pai. Sendo meu pilar.
Este é o que fixa fundo os pés no chão quando a tempestade se aproxima. Ele é quem salta de olhos fechados da janela. Alçando os vôos mais intrépidos pra dentro de si mesmo. Esse é o que enfrenta a selva. Esse é o eu meu herói.
É um caçador nato, uma selvagem de lança e espada. Um arauto da criação.



Um, é a mente, seus misterios e perguntas. É a interrogação, a charada por de trás do sorriso fino. É a solução pra toda sombra. Tácito e soturno.
É o reflexo do pai, do filho e do espirito santo dentro de mim. Pondera, racionaliza, perdoa, compreende e aceita a vida. Ele é o meu professor. Ele é o mais novo dentre nós. Aquele que observa. Que calcula e que estuda antes que o outro execute. Ele quem administra os espólios, este que parece um meteoro. Que chegou por ultimo e que irá antes de todos. Esse que tem a missão de ser a ponte em todos nós, que é a porta que nos separa. O mediador entre as partes. Um juíz entre os lutadores.



O outro é a existencia completa, uma carcaça mundana e alienigena, sonha que questiona as razões e se perde nas esperanças. Um comum qualquer que ama. Que se perde num sorriso facil e que vira bruto de se avermelhar os olhos ao ver a covardia com que se tratam os perdidos dias.
Aquele que se acovarda ante o reflexo que o questiona. Um canceriano qualquer. Cheio de fome do som. Navega nas musicas. Respira poesia. Esse que é o protegido e o pupilo dos três. O desencanto em movimento, aquele que só faz sombra quando a luz lhe toca. Distraido, só se dá ao valor quando embebido no reconhecimento raso dos seus pares, ouve seu nome.


Eles três sou eu. Efervecendo num emaranhado de súbitos sobressaltos. Dos sonhos mundanos.
Da libido mascarada.
Do olhar de raiva.
Explosão silenciosa.
Dessa soma, potencializada. Desse momento de eclosão. Num Big Bang sem razão, eu sou o produto.

Tudo que você vê, imagina e suspeita.

Aquele que já morreu, que já viveu e que não morrerá.


Ahhhh como queriamos ter cometido tudo aquilo que não pudemos.
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