o destino nunca me deixa na mão

terça-feira, 6 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Bom,
Mesmo as previsões mais optimistas e brilhantes não dariam conta de que o acaso me traria tanta felicidade num par de olhos verdes.
Mesmo porque, eu que era o mais incrédulo, não confiava nos meus instintos que insistentemente queriam me provar que eu seria felizardo no rodar da vida. 2009 seria um ano promissor eu sentia, algo maravilhoso vai acontecer eu mesmo disse antes da meia noite, pretendia convencer todos ali de que algo grande se avistava num horizonte de incertezas e não sei se era resquício de um bom fim de 2008 ou simples esperança pagã covarde e cansada de sofrer.

Mesmo essa montanha russa na qual eu estou, sem cinto de segurança, não ofuscou o brilho daquele sorriso que me torcia o pescoço e me tornou ainda mais atento àquela voz calma e aquele riso solto e fácil de atenção à mim dispensada.
Foram horas, pareciam segundos, e ainda sim séculos. Como quando duas ondas de frequência diferente seguem a mesma direção com intensidade e intervalo múltiplo, são complementares, distintas e nem se percebem até que a mágica do intervalo continuo as aproxima e faz chocar numa única e silenciosa explosão, um intervalo sonoro, como o que precede todas as palavras que precisam ser ditas.

Queria não pensar na poesia como a comida mentirosa que alimenta os corações, mas como uma ponte cortando distancias, aproxima os suspiros notivagos que a lua testemunha.
A lua, ela é a lua.

Que posso eu fazer ou dizer, quem sou eu, to perdido, de novo. Não acreditava, repito, não era possível que tornasse a me sentir assim, mas aquelas palavras cheias de paixão me reviram o estômago suando as mãos causando ansiedade acelerando o coração.

Mesmo sem os olhares perdidos e as frases cheias de ternura, ela sabe que no meu coração de pedra, causou uma rachadura.
É bela a rima, imposta e imponente, é dum mundo lírico muito pessoal onde diferente da realidade que torna o apaixonado tão impotente.
É o poder de enfrentar o leão e ainda sim sentir a fraqueza que te impede de olhar no olho, querer perto. Querer com devoção como quando sente que todo mundo sumiu ao redor.

É ignorar o mundo e querer caminhar por ele sem rumo. É querer roubar pra si e arrepender-se do egoísmo de privar todo universo dessa existência magnifica.
É pensar besteira, rir por nada, é desconversar, perder tempo deitados num canto qualquer sob a sombra do olhar do mesmo Deus que aproximou estas duas almas num relance qualquer de tempo.

Tento não pensar, penso em agir, não sigo meus impulsos embora seja tudo que eu queira agora.

Vamos pra longe? Não muito que eu não possa ver minha casa, mas o suficiente pra eu não ser visto de lá.

Ah saco mesmo, me tira um pouco desse marasmo.

OU será que eu não posso esperar tudo isso, será que não foi nada?
A gente deve simplesmente se contentar em estar com alguém sem querer ser feliz, sem querer se surpreender, sem precisar rir??

devo me contentar com um nada seguido de vazio rodeado de coisa alguma?

eu ... penso que não...
afinal, não vai ser dessa vez que o destino vai me deixar na mão.
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