Limões, limões, limões...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Sempre me pego analisando as pessoas.
Seu comportamento, a forma como se vestem, o jeito como riem, olham e andam. Como se sentam, escolhem o lugar no onibus.
Como reagem à certos estímulos e como lidam com a dor, o amor e a solidão.

South Star é o meu primeiro livro, estou escrevendo ele aos poucos desde 2003.
Sim, bem aos poucos mesmo. É um desses romances urbanos modernos que está amadurecendo junto comigo e assim também o personagem principal que se deita na minha cama facilmente. É uma espécie de alter ego. Meu Eu lírico como diria uma certa pessoa.
Uso dele sem pudor pra estravazar minhas frustrações e me peguei ontem escrevendo mais um parágrafo da história.
Sempre faço pequenas anotações da filosofia simplista que eu adoptei na vida e emprego essas frases de impacto nos meio-tempos do livro.

A narrativa é básica, sem muita mesura nem meus tradicionais repuxos pavonais de linguagem.

Espero um dia ser corajoso pra publicar tal feito. Muitas das cronicas e tórridas passagens do livro podem interessar, uma vez que são baseadas em momentos intimistas e reais no meu mundo. Há muitas gotas de desespero no personagem, que ainda sem nome definido, busca explicações lógicas no mundo pra entender a dor das pessoas e acredita na felicidade como um produto da imaginação.

Amor, ódio, vingança, filosofia ocidental sem pudor. Sexo, amizades, dinheiro, ideias neo-liberais, família conturbada, godzilla e a cidade. heróis em quadrinhos e páginas, mas muitas páginas musicais.

Sob o ponto de vista moral, é impróprio à pessoas abaixo dos 18 e acima dos 35, estes últimos por serem impossibilitados de entender o contexto da adolescência nos meados de mil novecentos e noventa e todos passando pela primeira década dos anos dois mil.

Esse texto, possui traços marcados de Assis, poético e oitava-rimado.
Tem quintana espalhado no azul, nos anjos, nos grilos e no platonico romance com aleatórias mulheres.
Tem Marquezismo, no sexo brutal e tem doses de ultra-violence nas fases mais conturbadas da minha controversa juvenilia.
Há momentos, ali, onde cito Presidentes e carrascos.
Sobretudo, pela necessidade de que é necessária muita energia pra se estender quase 6 anos completos na função duma única escrita.
Nesse meio de caminho, duas ou três outras tentativas de concretizar o projeto foram absorvidas pelas obrigações e deveres cada dia mais enraizados na minha vida.


Fato é que, analisando, pretendendo retomar em 2009 e até mesmo concluir o tal editavél, eu resolvi lançar mão do meu argumento inicial pra que ficasse aberto o prefácio e assim aguçasse a sede de que eu o edite.

Preciso também que, passando pelas novas experiências às quais eu mergulhei, me auxiliem e venham a também complementar tal empreitada.


começa da seguinte forma:

"aos que ora vêem esta saibam: não me proponho à ser mais um.
Deus é partícula elementar, parte do tudo e do todo, não mais do que um máximo e nem supostamente menos que tudo. Dele se fez, se faz. Disse uma vez Lavoisier baseando-se na lei de conservação de massas que, "na natureza, nada se perde e nada se cria, tudo se transforma", logo seria impossível para *alguém, criar, ainda que este fosse Deus e seu poder infinito tudo pudesse, ele se fez possível para que o mundo, o universo e as estrelas assim pudessem existir, moldando toda a criação que não assim deve ser chamada mas apenas na falta de melhor palavra eu nomeio, e isso, esta centelha divina, chama-se vida. Brotando a todo instante, dentro e fora de nossos corpos e de nossas mentes, paralela em multi-dimensões, multi facetado e repleto de mistérios.

A preguiça humana é seu maior prêmio!!!
Ela faz de nós seres tão impressionantemente hábeis e adaptáveis que nenhuma outra espécie se compararia nem com toda a evolução natural os tornaria próximos.

Criamos rodas pra não andar, criamos, criamos e criaremos aparatos pra resignar nossa comodidade em sapatos novos.

Se pode ver a diferença das pessoas, observando-se o seguinte evento.
Há um ditado que diz: Se Deus te deu limões, faça uma limonada.
Discordo.

Há quem faça malabares num semáforo perimetral, sendo essa sua única escolha ou não, somente isso ele vislumbra, não vendo portanto qualquer outra finalidade pra estes.
Não fará suco, precisa dos limões mais do que só agora.

Há quem jogue nas paredes duma casa velha na rua atrás da sua. Este também não fará suco, mas não quer os limões.

Há quem faça, e essa é a esmagadora maioria, a tal limonada bendita, beba e saia logo após a sede sentir, à caça de novos limões, nesse ciclo vicioso de cão atrás do próprio rabo.

Existem ainda pessoas como eu!!! Sim eu não faço malabares, minha coordenação motora não o permite. Eu não jogo os limões em ninguém. Acho desperdicio.
Não faço suco, meus talentos na cozinha são superiores à uma jarrada de limões frescos.

Eu, transformo, eu sou Deus, tenho Deus em mim e faço dos fragmentos divinos e da minha energia, formas novas de mudar as coisas.
Deus me deu limões e eu fiz um capacitor conduto elétrico. Moedas, cobre e alumínio, 4 limões e um diodo emissor de luz e badabin badaboom.
Se fez a luz.
Se Deus me deu limões? Se Deus disse, faça-se a luz? Se eu criei a luz. Não vejo porque não admitir nossa divindade.

Honrarias e glórias. Hosana nas alturas
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Toma, lambe a tampinha!!! [nostalgia]

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Engraçado como uma coisa leva a outra, tão aleatoriamente.
Acordei hoje pensando nalgo que eu ainda não sabia bem o que era, só sei que os sonhos dessa noite não foram nada colaborativos pra que eu me encontrasse.

Um certo par de olhos, uma certa risada e ...

Enfim, esse destino é incerto, tem seus motivos mas não tem nenhuma lógica.
Pras almas não existe geografia, elas habitam e saem do corpo quando querem vagando mundo afora e causando aquela sensação de "já nos conhecemos" as vezes...

Depois do meu almoço, fui beber um iogurte pra matar a sede e completar aquele espaço vazio no meu estômago que as vezes era paixão e as vezes fome. Quando abri aquela tampinha eu tencionei lamber e...

Hoje, fazem 4 anos que vi meu pai pela última vez. Essa vez por sinal, a mais intensa de todas elas.
Foi numa única vez, a primeira vez que vi meu pai chorar, a unica vez que vi meu avô, aliás ele morreria dois meses depois.
Era Sexta, chovia pouco, era meio que uma garoa programada pra ser melancólica e estafante. Não aliviava o calor e molhava, mas deixava um cheiro brando e adocicado pela hortelã no pátio.

Eu tinha saído do trabalho pra ir até o cemitério e não acreditava direito ainda que tinha recebido uma ligação do meu pai. Eu tava chapado de erva, na época eu ainda fumava machonha e tinha visto um show do Mano Chao recentemente e aquele som mexe mesmo contigo.

Mesmo na época era algo bem raro e marcante pra mim. Ele não tremia a voz ao telefone, era entonada e mais carregada de sotaque que a minha. Dizem que a gente fala parecido, dizem poucos, quase ninguém conhece o Dani... Meu progenitor.

" ...a vó morreu" Disse retendo-se logo depois. Sei lá porque, na hora eu nem liguei muito. Mas depois fui pensando. Fora os 4, 5 anos que eu cresci com o meu pai, eu tinha visto ele 5 vezes depois só. Já a minha avó Maiquel, eu tinha passado bons anos com ela. Sim, Maiquel, minha vó tem esse nome, ele significa algo como Maria para os Eslavos. E dai veio meu nominho lindo que todo mundo erra :D.
Ele tinha um nó na garganta e eu senti isso, se quer saber, foi só por isso que eu aceitei ir com ele. Afinal ele nunca me procurava e eu sempre senti por ele o mesmo desprezo que senti pelos platelmintos.

À caminho do cemitério eu lembrava das horas engraçadas perto da minha vó que eu vi tão rapidamente nos meses de inverno. Ela era e talvez sempre seja a figura mais emblemática da família. Ela cozinhava mal, muito mal, mas ninguém ousava falar aquilo e ainda mais, repetiam com cara de feliz.

Ela nunca pronunciara uma única palavra em português, sabia ler muito bem, mas isso era só. Jamais se questionou essa decisão dela. Ainda que seja engraçado ela ter me inserido no universo Quintanesco , dizia que era o único poeta de quem gostava fora Goethe e Heine e Shakespeare que esse último é meu favorito.

A família era dividida em duas:
uma parte era colada com a vó, filhos, netos, irmãos dela. Todos.
A outra por sua vez eram, meu pai e meu avô, Fitzgerald, eles haviam a muito se separado e só meu pai ainda via meu vô no asilo.

Não que eu sinta saudades do cara que me tirou do saco dele e me jogou no mundo, mas confesso que teria aprendido muito com ele se aquele sarcasmo egoísta não fosse uma parede instransponível pra um moleque novo como eu.
Afinal ele sempre teve, segundo me dizem e eu já vi, uma aptidão fora do comum com numéros primos e lógica fundamental além das dinâmicas do movimento, temperatura e aérea.
Sem falar que ele conseguia deixar boquiabertos mesmo os mais entendidos sobre qualquer coisa com a desenvoltura com que desenvolvia seus textos e era digno dum prémio de oratória; é um grande homem, ainda que não passe de um traste.

Sei que ele tinha algum orgulho do filho pretenso físico, sei que ele gostava de perguntar pra minha mãe sobre as minhas boas notas e que gostava de saber que eu cantarolava as canções que ele me ensinou quando criança. Mas, éramos parecidos demais pra que ele admitisse tanto quanto eu que sentíamos falta um do outro e nem mesmo os outros filhos dele supriam essa carência dele assim como eu não tinha como preencher as lacunas minhas com um pseudo-pai.

- Teríamos sido grandes se nos uníssemos. Eu pensei uma vez. Mas as coisas são como devem ser e ponto.

Aquela garoa mantinha-se no mesmo movimento continuo e sem vento. Eu mal conseguia pensar estando quase ensopado, mas isso era uma questão de ponto de vista. Eu não conseguia era ordenar os pensamentos, mas eles estavam lá. Em cadeia, fundamentando-se nas minhas horas mais felizes.
Depois da cerimonia breve e quase vazia. O corpo desceu, coberto de terra, o caixão marrom carvalho parecia brilhar como sol atrás de nuvens de chuva. Lá se vai meu ultimo resquício de passado.

Depois daquilo, meu pai e eu, saímos pra jantar onde sempre nos encontrávamos quando a coisa envolvia nossos assuntos.

Nenhuma palavra foi dita.

Ele não chorava mais, eu não tinha mais pena dele, nem paciência de ver ele comer vitelo.

Sai dali escutando musica, naquela época eu já cultivava, aliás, desde muito pequeno cultivo o hábito de ter um rádinho, um mp3 ou algo do genero por perto pra desviar a atenção dos meus problemas com música.

Eu não tive, logo, esse modelo clássico de pai que algumas poucas pessoas têm, na minha geração isso eh comum pelo visto.
Aprendi a ser pai, trabalhando desde os 13 pra ajudar a sustentar minha mãe na época desempregada e três irmãs, filhas dum pai sem importância. Aprendi a ser pai das primeiras noites acordado pelo choro de criança e nessa época eram minhas irmãs que eu levava pra hospitais com dores de ouvido.

Chegando em casa com a cabeça cheia de coisas, pensava na morte como algo muito apropriado pra quem está cansado da vida. É como sono, mas sem prazo de retorno.
Todos os domingos de 2005, sem que um só falhasse eu ligava pra minha vó. Ela era atenta à mim. Não admitia, como capricho genético, mas me amava, afinal não vejo motivo pra uma senhora com seus 83 anos cozinhar num domingo.

Sentia falta do meu pai, ela dizia que sabia que eu era importante pra ele, mas eu sempre precisei sentir por minha conta pra acreditar, assim como não gosto do telefone, preferindo olhar nos olhos pra ver e sentir quando converso.

Mas na minha vó eu acreditava.

Uma vez, eu tinha lá pelos meus 10 anos.
Era domingo de sol e estava passando uma reprise de algum filme engraçado na tv.
Ela estava varrendo o chão, sempre achou dignas as obrigações do lar, eu tinha acabado de ser deixado ali pela minha mãe que na época trabalhava no restaurante que depois viria a ser nosso.
Mas ali pela sala, eu deitado no carpete, pensava com fome e pensar com fome é algo primitivo e instintivo ao extremo.
"o que comer?"
Na geladeira, peguei um batavinho, abri e corri pra sala... tropecei na tomada da TV Telefunken com carcaça de madeira e botões que caiu no chão se arrebentando em vários pedaços.
Minha vó veio devagar com os sapatos de sola de madeira fazendo um som estranho nos cacos de vidro que estavam espalhados formando um vitraus no chão.

Sem olhar pra tv, ela viu o iogurte espalhado no chão e perguntou.
- Sie wie Joghurt?

Eu disse:
- Oma, ja!!!!

Sorrindo enrrugadamente ela perguntou;
-Dann, weil verschwendet?
Quando eu comecei a chorar... Ela foi até a cozinha, voltou com um sorriso, uma vassoura numa mão e na outra a tampinha do iogurte dizendo com voz doce de vó:


-Nehmen, können Sie lecken die Spitze!
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Do concreto ao abstrato

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Desconfio de tudo que posso entender, por isso mesmo nem sequer me atrevo à explicar o mundo e conceituar as ações dos homens. Isso é o mundo como se projeta, aquilo que se vê, é só o bastante pra que estejamos satisfeitos em assitir e comentar.

Aliás, que atitude mesquinha, justificar a guerra e o amor .
Tentar deliberadamente obter algo pra si mesmo e nesse processo que outro seja obliterado sumariamente. Inaceitável.

O amor, pior ainda, as pessoas tentam compreender algo que deveriam sentir. Quando é explicado ele torna-se um amontoado de palavras e deixa de brilhar num olhar inesperado, ele deixa de te causar aquela tempestade no estomago, como podem tentar entender quando Deus une duas almas?

Amor não é unilateral, pode ser disseminado e espalhado e é isso que o mantém, é indivisivel e ainda sim infinito, deve ser usado pra que continue a existir.


Sócrates dizia, segundo platão, que é inato ao homem poder julgar o certo e o errado, e mais, referia-se à isso como uma forma de consciencia, talvez o primeiro ensaio sobre uma alma imortal que transcendesse a ídea do divino. Existencia mundana e sobrenatural.

Nisso, apenas tento justificar aquilo que não compreendo, até porque, seria por demais simples falar do que é compreensivel e deixar de lado os mistérios da vida.
Sabe que, sempre pensei na vida como uma sucessão de fatos consequentes de ações primárias isoladas. Isso até conhecer fisica analitica e logo depois a
teoria das cordas que me clarearam a visão turva sobre essa experiencia fundamental. À essa teoria em particular eu devo minha vida, ela mesmo não sendo ainda totalmente aceita pelo meio acadêmico, justifica em meu coração com todas as provas que existir e viver são coisas desconexas.

Diz ainda que além é claro da gravitação quantica (:P) ela pra mim, justifica as leis da ação isolada e da reação proporcional. Me fazendo merecedor das boas horas e estando à mercê das minhas próprias escolhas, assim moldando meu julgamento e me tornando o que eu sou hoje. Esse modelo pomposo e arbitrário de homem.

Assim, essa eterna alma aqui dentro, que moldada pelo caráter pré definido de Sócrates caminha na fina linha do momento até o incerto horizonte desenhado em giz lá no fim da estrada.

Sem duvidas eu de alguma forma mereci ser punido por acreditar em um amigo, que depois percebi, não era amigo. Eu mereci passar o melhor reveillon da minha vida do lado de pessoas que à muito pouco conheço e mereci também cada riso da minha filha que é a coisa mais perfeita que Deus poderia conceber.

Mereço ser feliz, enfrentar essas momentaneas explosões de confusão nessa cabeça como uma pessoa normal.
Ainda que eu seja uma bomba relógio, com prazo pra explodir. Mereço viver esse tempo entre nascimento e morte com alguma dignidade e egoísmo.

Ora, porque não ser um cara comum? Um cara simples....




A Karo me disse a bastante tempo que tinha uma música que, nas palavras dela era muito "eu " e a letra dela diz isso:

If I was a simple man,
Would we still walk hand in hand?
And if I suddenly went blind,
Would you still look in my eyes?
What happens when I grow old?
And all my stories have been told?
Will your heart still race for me?
Or will it march to a new beat?
If I was a simple man

If I was a simple man,
I'd own no home, I'd own no land
Would you still stand by my side?
And would our flame still burn so bright?

Sometimes I wonder why,
I'm so full of these endless rhymes
About the way I feel inside
I wish I could just get it right

If I was a simple man
And I could make you understand
There'd be no reason to think twice
You'd be my sun; you'd be my light
If I was a simple man...
If I was a simple man...

Sometimes I wonder why
I'm so full of these endless rhymes
About the way I feel inside
I wish...
Sometimes

De fato, nunca vi antes numa melodia, somada à uma letra simples, tamanha semelhança com a minha vida, os meus medos, a minha solidão projetada numa música simples. Contundente de fato e tão sussurada. Me lembra mesmo as composições que eu escrevia na época de banda. Coisa de quarto e solidão que só entende o mais notívago dos homens. Essa é mesmo a MINHA musica.
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se reparo, paro.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Na roda gigante que se desenha no horizonte do bravo andarilho chamado Maiquel. Desenrola-se uma corda de salvação. À essa dá-se o nome de amizade.
Cheia de momentos em altos e baixos e perfilada de encontros no caminho dessa busca pelo Sol.
A vida me deu um Deus justo que faz parte de mim e de tudo que me habita, cerca e depende.
Esse Deus que é parte de tudo, também se encontra nas amizades sinceras que a gente colhe como pedras pra construir uma casa no fim da estrada.
Tenho os melhores amigos que o dinheiro não poderia comprar, ou pelo menos 99,9% deles não se deixam levar pelo dinheiro. Os que deixam é porque não são amigos. Estes eu deveria encaminhar ao Banco...
Nota que agora to escutando essa música, e desde o começo da manhã à estou escutando.
Por falar em música e essa é a coisa da qual eu mais gosto de falar, a coisa que eu mais gosto de fazer e que faço o dia inteiro, todos os dias. Música.
Todos os dias eu descubro uma banda, um cd, um show novo. Algo assim. Engraçado que eu recebi um e-mail pra dar uma conferida no Blog do Diego no LastFM, fala justamente sobre a descoberta, engraçado que a gente tem uma idade próxima e mesmo morando "no mesmo bairro" a pelo menos 10 anos comuns, a gente só veio a conhecer um ao outro por intermédio do Gordito, vulgo Rodrigo Gomes que é meu colega de empresa.

Temos, todos os 5 lóqui.. porque são Eu, Diego, Cristoxx e Walder além do Gordito, temos gostos musicais aproximados e pensamento parecido, isso eh claro até o alcool entrar nas mentes, porque depois disso fica um mais lóqui que o outro e ai já viu: é gordo keniano, dança na terra batida, palitinho na boca dos frito e por aí vai.

Mas descobrimos quase que numa mesma época os mesmos sons, passamos do vinil saudoso e nostalgico pro K7 gravado num duplo deck no fim de semana dos colegas. Chegamos ao CD em meados dos anos 90 até que o advento da Internet nos trouxe napster e afins que possibilitaram acesso quase que imediato e mais barato ao conteúdo disponível na rede, assim virando ávidos e vorazes consumidores de bits musicais.

A cada banda nova que se descobria, aparecia uma centena de novas numa cena distante num continente diferente e ao mesmo tempo ainda as garagens fervilhavam de novos amplificadores e baterias montadas por classe média enquanto nossa economia se ajustava ao plano real e crescia exponencialmente. É a mágica centelha do rock n roll imortal e inato nas mentes evoluídas. Música virtuosa, sincera e que agite é tudo que precisamos e queremos.

Assim surgiam fenomenos locais e mundiais que só a gente conhecia. Assim pela musica ou pelos finos dedos do meu Deus
A gente tem um conceito exacerbado do que é musica, mas isso eh exigência de mentes perturbadas pelo parnasiano gosto aristocrático ocidental. Gostamos do alternativo e do comercial, claro não declaradamente mas quando esse ultimo eh tragável, a gente escuta sim.
O Diego tem um modo meio gay de favorecer o Daniel Jones do Silverchair, mas é perdoado, o cara desde o Innocent Criminals manda muito bem no som...


Ademais meus caros dois leitores.. hahahah é isso. Dica de hoje é a latinha personalizada.

Clicando aqui voce pode produzir sua própria latinha e isso é demais, (sim sou mangol) mas eu coleccionava isso uns anos atrás e achei genial.

Eu olho para os lados e vejo sorrisos no rosto das pessoas que eu quero bem e penso, paro, reparo e sorrio também.
Meus caros amigos, que eu uno e faço conhecerem-se mutuamente, amem-se, isso eh belo, perene e infinitamente fortuito.
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It's friday i'm love

by AlphaMale
Não é difícil fazer brotar no meu rosto um sorriso solto....

Mas não é simples me fazer feliz. Sou como todo ser humano, muito exigente. Apesar da forma simples como eu levo as coisas, constantemente sou jogado no chão da realidade com toda debilitada saúde que me acompanha e a infinita sorte de confusões nas quais me meto tentando ajudar quem me cerca.

É minha obrigação afinal, que posso fazer se me sinto embalado por alguma força interior que me leva a querer bem todos os outros além de mim, mais que eu mesmo.
Me alimento da felicidade alheia e desvio nisso aquele olhar piedoso que a solitude sideral deita sobre a minha sacada, ajudando, fico repleto do espírito mais nobre que salva almas pelo caminho.

Já parei pra perder tempo vendo pássaros em bando na praia, é linda a sincronia do seu vôo e aquele pseudo espírito de união que os acompanha.

Queria, sem querer realmente, que a vida fosse mais simples, como uma música. Ou algumas delas, preferencialmente aquelas que podem explicar o sentido das pessoas te magoarem deliberadamente e sem sentido.

Se tudo fosse composto daqueles 4 minutos de harmonia, simples de serem entendidos e que se perdem nos ouvidos de quem atento fecha os olhos...

Tinha ontem, um sol envergonhado, escondido que só no rabo da vista me observava ir pra casa como de hábito, escutando música pelo meu celular, esse que hoje é praticamente um MP3 que as vezes recebe ligações.
Esse sol mesmo sem pronunciar qualquer palavra, iluminava a minha mente com ideias novas e produtivas. Ainda tenho esperanças nesse ano.

Ontem a noite brotou esse sorriso no meu rosto, uma música que eu dediquei pra alguém. Essa música teve, em diversos momentos da minha vida um significado especial. Ela me fez acreditar em mim e fez também que eu acreditasse em quem me estendia a mão. Ela te faz sentir que não se está sozinho e que pode contar com quem está por perto. Por muitas vezes quando nada parecia que poderia dar certo, eu escutava essa ali e essa outra junto com a minha filha que na época tinha alguns meses... lembro de como ela ficava atenta e deixava de chorar e isso me enchia de esperanças além de fazer acreditar naquela coisinha ali. Fazia querer viver por ela.

Não que eu precise de mais que isso pra viver mas ao dedicar essa música pra aquela pessoa dos olhos cor de trevo e ver que ela entendeu e percebeu a ideia que através dela eu tentei passar... Isso me alegrou, me fez sorrir. Saber que ela ainda luta pra ser feliz e que vai voltar a ser a menina dos olhos brilhantes que eu conheci, isso me faz feliz.

Quero deixar de suportar sozinho a inercia do tempo sobre as minhas costas e preciso e sinto que quero tanto quando nunca ser especial na vida de alguém.
Sei que as coisas estão se encaminhando pra um "começo" feliz, afinal, não seria um final feliz, já que a ideia da felicidade é começar...

Afinal, é sexta-feira e eu estou apaixonado.
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8 de janeiro [too much information]

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Um dia qualquer na minha vida não fosse uma quinta feira.

Dia que precede a sexta e essa por sua vez o sábado, que promete ser bom, sei la porque eu....

Descobri ontem meio que sem querer o Too much information vale a pena ler [exige inglês mínimo, mas é até engraçado].


Mas voltemos ao título.
Hoje aniversariam, David Bowie, minha terceira maior influencia musical depois apenas do Elvis que também seria felizardo hoje, e do Kraftwerk, que foi uma das primeiras coisas que eu ouvi de sons sintéticos não instrumental.

Elvis meu lado rockeiro, desenvolvido, sexual, visceral, simplista e mundano, ligado à família, ao amor e a tudo que fraternalmente me cerca. Animais e elementos, ondas.

Bowie, meu lado filosófico, racional, experimentativo e viajante, eu ouso com Bowie, respiro com ele, sinto medo por ele e vivo como ele. Mudanças sem prazo e sem pressa, instintivamente motivado à ser feliz expondo-se ao maravilhoso mundo do risco, do perigo.

Ouvindo Elvis numa dessas rádios de Bar porto alegrenses que eu me tornei homem, tive minha primeira "experiência", chamo assim pois foi realmente um experimento, ela literalmente me experimentou e assim foi. Um banheiro dum restaurante à beira duma avenida qualquer e boom. Era perto do meio-dia e no rádio, Elvis, fui arrastado e usado, ê trem bom.

Depois vi Bowie ao vivo, sim eu posso dizer que o vi e não de muito longe em Berlim na turnê do London Boy @@.. meu maior sonho musical... simplesmente absoluto e perfeito ali.

Hoje ainda, tem o Graham Chapman, do Monty Python's Flying Circus, talvez a maior mídia humorística da minha geração, inteligente, seca, sarcástica e pejorativa. Didáctica como um papagaio morto ;).

Café por favor!!! Mas sem açucar que hoje eu to forte por natureza.

Minha faca na mão é pra cortar queijo e pão, matar a fome que toda manhã se desenha enrolada nas minhas tripas.

Sem saco pra falar do mundo, já fui até indarguido sobre o porque de desperdiçar meu tempo e o algum pouco talento que eu tenho falando na invasão da faixa de Gaza, do armistício europeu, da crise que abala a minha economia mãe-pátria. Das descobertas com células tronco...
Um sem fim de trivialidades mundanas.
Eu desconfio de tudo que eu posso compreender. E compreendo o mundo.. por isso nem me sinto digno de falar dele, prefiro tecer horas da minha personalidade Bomba relógio.
Saber que vai morrer e que vai doer e que é breve.
É algo que todo mundo deveria sentir.

Não me prendo à nada que possa me deixar ser livre, pertenço à mim e ao mundo todo que me quer.
Quando der eu explico.
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To cagando pra reforma ortográfica

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Não quero nem saber, estou mais que resolvido e muito bem posicionado sobre como proceder.
Simplesmente não estou ligando. Sifudê como diria a Jordana. Eu levei anos e repito, muitos anos pra aprender um Português adequado e correto aceitável depois da minha alfabetização alemã.

Camões, Jorge Amado, Guimarães Rosa, Assis, Hérnio, Quintana e uma pilha sem limites de traduções nativas editadas e revisadas além de revisitadas me embalaram os anos mais juventos e pueris onde ao invés da bola eu chutava paginas datilografadas, mimiografadas e rebatidas de Olivetti me fizeram aprender o idioma latino considerado o mais dificil de todos.
Não foi simples executar a missão de assimilar adjuntos, advérbios, generos, números, grau, interjeições, metanimia, hipérbole, tantas outras figuras de linguagem além do complexo vocabulário e das milhares de interpretações e sentidos que um sinonimo pode ter um único verbete.

Trema: queria nem precisar pensar em perder meu único resquício de nacionalidade na língua portuguesa... mas me recuso a deixar-te partir.. trema minha amada, nunca te deixarei.

Tchê, tem coisas que não dá mesmo. Não dá e eu não vou lutar, é parte em mim, latente que insiste que eu mantenha alguma tradição.

Eu não estava aqui quando a grafia de ontem era "hontem" muito menos nos tempos onde jogo do osso era baderna e fazia com que os policiaes relatassem aos paes dos baderneiros para que lhes arranjasse ocupação honesta logo não posso dizer que sou antiquado.
Apenas quero ser atemporal. OU como sempre OU, retardatário.
E tenho dito
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o destino nunca me deixa na mão

terça-feira, 6 de janeiro de 2009 by AlphaMale
Bom,
Mesmo as previsões mais optimistas e brilhantes não dariam conta de que o acaso me traria tanta felicidade num par de olhos verdes.
Mesmo porque, eu que era o mais incrédulo, não confiava nos meus instintos que insistentemente queriam me provar que eu seria felizardo no rodar da vida. 2009 seria um ano promissor eu sentia, algo maravilhoso vai acontecer eu mesmo disse antes da meia noite, pretendia convencer todos ali de que algo grande se avistava num horizonte de incertezas e não sei se era resquício de um bom fim de 2008 ou simples esperança pagã covarde e cansada de sofrer.

Mesmo essa montanha russa na qual eu estou, sem cinto de segurança, não ofuscou o brilho daquele sorriso que me torcia o pescoço e me tornou ainda mais atento àquela voz calma e aquele riso solto e fácil de atenção à mim dispensada.
Foram horas, pareciam segundos, e ainda sim séculos. Como quando duas ondas de frequência diferente seguem a mesma direção com intensidade e intervalo múltiplo, são complementares, distintas e nem se percebem até que a mágica do intervalo continuo as aproxima e faz chocar numa única e silenciosa explosão, um intervalo sonoro, como o que precede todas as palavras que precisam ser ditas.

Queria não pensar na poesia como a comida mentirosa que alimenta os corações, mas como uma ponte cortando distancias, aproxima os suspiros notivagos que a lua testemunha.
A lua, ela é a lua.

Que posso eu fazer ou dizer, quem sou eu, to perdido, de novo. Não acreditava, repito, não era possível que tornasse a me sentir assim, mas aquelas palavras cheias de paixão me reviram o estômago suando as mãos causando ansiedade acelerando o coração.

Mesmo sem os olhares perdidos e as frases cheias de ternura, ela sabe que no meu coração de pedra, causou uma rachadura.
É bela a rima, imposta e imponente, é dum mundo lírico muito pessoal onde diferente da realidade que torna o apaixonado tão impotente.
É o poder de enfrentar o leão e ainda sim sentir a fraqueza que te impede de olhar no olho, querer perto. Querer com devoção como quando sente que todo mundo sumiu ao redor.

É ignorar o mundo e querer caminhar por ele sem rumo. É querer roubar pra si e arrepender-se do egoísmo de privar todo universo dessa existência magnifica.
É pensar besteira, rir por nada, é desconversar, perder tempo deitados num canto qualquer sob a sombra do olhar do mesmo Deus que aproximou estas duas almas num relance qualquer de tempo.

Tento não pensar, penso em agir, não sigo meus impulsos embora seja tudo que eu queira agora.

Vamos pra longe? Não muito que eu não possa ver minha casa, mas o suficiente pra eu não ser visto de lá.

Ah saco mesmo, me tira um pouco desse marasmo.

OU será que eu não posso esperar tudo isso, será que não foi nada?
A gente deve simplesmente se contentar em estar com alguém sem querer ser feliz, sem querer se surpreender, sem precisar rir??

devo me contentar com um nada seguido de vazio rodeado de coisa alguma?

eu ... penso que não...
afinal, não vai ser dessa vez que o destino vai me deixar na mão.
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Quem sou eu

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Machista, idealista, mercenário, iconoclasta. Um psicopata? Viciado em mulher, chimarrão, cinema, música, fotografia, ficção científica e cerveja. Bio: “Estudando a ordem dos animais superiores e sociais (lobos, primatas, etc.) o macho alfa é o líder. Ele tem força, habilidade para caça, facilidade para tomar decisões, personalidade marcante e bravura. Geralmente solitário, demonstra sua autoridade jamais permitindo que os outros animais se insurjam contra ele. É o primeiro a se alimentar e possui primazia na cópula e escolha das fêmeas. Freqüentemente demonstra seu domínio rosnando, mordendo, perseguindo, dilacerando, ou descansando sobre outros animais” Sou viciado em adrenalina, tal como se fosse isso um soro de sobrevivência. Ex seminarista, ex físico, ex marido... Pai por escolha e geneticamente predisposto à calvice. Sim sou eu.

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