Todos os dias eu acordo - nesses ultimos com mais frio - ponho as meias, lavo a cara com a maior falta de vontade e penso que deveria estar dormindo.
Hoje eu acordei com um pensamento mais "redondo".
O que daria pra fazer se eu tivesse meia hora a mais no meu dia?
Um bolinho? Video-game? Pornografia? Mais internet? Dormir? Café da manhã? Corrida?
Ver minha filha? Serviços de banco...
E essa meia hora como seria? Meia hora antes ou depois? ia sentir o tempo passar diferente ... E as outras pessoas, como faria pra entrar em sincronia. Se eu tivesse meia hora por dia, e não as outras pessoas, a cada dois dias eu teria 1 hora a mais que todo mundo, estaria no futuro cada vez mais distante.
Ia envelhecer um bom bocado mais rápido. E sozinho.
Noite dessas eu estava ali na Lima e Silva em Poa, bebendo uma cerveja e esperando o tempo passar.
Umas duas mesas do meu lado direito estava um casal, ou pelo menos parecia um.
Cada qual com seu notebook à frente, ambos digitando muito e muito rápido.
Quanto menos fios, mais presos.
Temos telefonia sem fio, internet sem fio, Tv via satellite, bluetooth, infravermelho.
Controle Remoto, nintendo wii...
Uma infinita sorte de aparatos soltos pra nos prender.
Estamos na era da mobilidade e ainda sim mais escravos que nunca.
Bolsos e bolsas cheios de cores, botões e sons.
Streaming, VoIp, podcasting e share.
Up e Down loading e sending.
Close all and save me...
Somos observados, vistos, analisados pesados e considerados insuficientes.
Compactados e atualizados todo tempo.
Twittamos, goglamos e quem diria. Bing!!!
Estamos dependentes dessa comunicação mais instantanea do que nunca e com apenas alguns cliques somos os donos do universo, da verdade e da informação.
Analisando e sendo analisados e essa frase não me saiu da cabeça.
Desde que me dispus a comprar uma camera e fotografar, fui analisando os pontos comuns entre a vida e a fotografia.
Ex; Quando você foca um determinado ponto, tudo, todo o resto perde o foco, fica opaco, deixa de ser importante.
Mesmo com carne e osso, mais osso que carne eu acho que sou um carro.
Como um V8, muscle car dos anos 70. Eu também funciono bem.
Meu motor é simplificado, tenho bom sistema de distribuição.
Carburado, 2 portas, apenas 2 bancos, sem lugar pra mala.
Rodas de aço e pneu largo.
Espaço interno reduzido, apenas dois ocupantes, eu e mais um.
Afinal o que importa é a performance que eu posso proporcionar.
A tecnologia me atribuiu pouco peso e lata resistente. Sou arcaico mas tem emoções que só acionando a minha chave são possiveis.
Sou a moda antiga, desperto paixão e apego. Mesmo que momentaneos e passageiros.
Minha autonomia média de 5,3 horas de trabalho por litro de café não descafeinado.
Afinal e sou um V8 :D
Dificil mesmo é escrever tanta porcaria e digitar isso sem um teclado QWERTY :(
Um Smartphone com urgencia - Escravidão Wi-Fi
terça-feira, 14 de julho de 2009
by AlphaMale
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Muscle car: muita potência, peso razoável e aceleração fantástica. Só a aparência que não é agressiva.
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