Um dos livros que mais influenciou a minha infância.
Certamente um dos primeiros que eu li em Português e ainda sim compreendendo todo o enredo.
O primeiro que eu voltaria a ler periódicamente à cada 10 ou 12 meses pelos anos que se seguiriam.
Lembro que das duas primeiras vezes eu li uma versão adptada de 1929, com vocabulário arcaico e belissimamente ilustrado.
Capa em couro grosso tonalizada de azul celeste com uma Dorothy desenhada lindamente ao centro.
Após ingressar no colegial consegui acesso a uma versão em inglês. Fazia parte do acervo da Biblioteca municipal de Porto Alegre. Era de 1921. De fato aos 15 eu não tinha dominio suficiente do inglês pra entender todas as nuances daquela adaptação pré-guerra.
Mais tarde li pela quarta vez uma versão em Português de Portugal. Essa já re-editada e adaptada depois do acordo ortográfico de 1945. Tinha suaves diferenças nos diálogos. Mas ainda sim preservava a integridade dos textos. Essa no caso uma versão Lusitana. Afinal as versões européias deveriam ser analisadas, mas é complicado o acesso à essas.
Depois li uma edição da Scipione, encadernada. Quase educativa da década de 60. Engraçado foi notar a ausência de GRANDE parte dos diálogos que haviam nos titulos mais antigos. Em se tratando de ditadura, não poderia esperar menos dessa época nebulosa no Brasil. Mas era crasso e ficava óbvio pra qualquer um que tivesse lido anteriormente as adaptações às quais o livro havia sido submetido.
Antes tivesse sido taxado como subversivo e tirado de circulação.
Afinal ler aquela vazia e incompleta narrativa que se apresentava, era como julgar o céu inteiro pelo brilho duma unica estrela.
Não era nem de longe a brilhante adaptação de 1900.
Por fim na ultima vez que li uma edição nova, me dediquei a procurar as versões lite e infantis. Bom nessas não poderia espera que fosse aprofundada a história do Fake mago ou do balão ou da garota.. eram mais fábulosas e voltadas ao lirismo e não tinham nenhuma vaga idéia do existencialismo dos primeiros livros. Mas busco ainda a melhor delas pra logo poder apresentar à minha filhota.
Além dos impactos que me causaram essa fantasiosa leitura. Ainda criança eu descobri que haviam feito um filme.
Nesse interim, tive o prazer de ser apresentado ao filme de 1939. Graças a uma ex-namorada, a Fernanda, talvez a guria mais cabeça com quem eu tenha tido o prazer de ficar;
Bom ela me trouxe o DVD eu tinha lá pelos meus 17. Recém saido do seminário. Tava verde ainda sobre essa versão da qual eu tinha ouvido tanto falar.
Mas que minha mãe considerava muito inadequado pra mim.
Meu pai por outro lado tinha me dito que além de tudo o Darkside Of The Moon do Pink Floyd, um dos discos que eu mais escutava na época, era totalmente adaptado ao filme.
Rezava a lenda que ao terceiro rugido do leão da MGM, dando-se start no player do disco, esse funcionava como "uma trilha alternativa" ao filme.
Depois de assitir 4 vezes essa fantástica obra prima produzida pela Metro Goldwin Mayer, resolvi aceitar o desafio de escutar o disco e assistir o filme sem som.
Bom, não consegui até hoje expressar o que eu sentia a cada virada de bateria, cada acorde, riff, solo....
Daquele ponto em diante, o musical que eu mais admirava tornou-se uma ópera Rock.
Até hoje eu ainda me pego lembrando daquela Terça-Feira de Maio, era 2005.
Acho que esse livro me influenciou de uma forma tão mitica que era impossivel não imaginar que fosse minha a história. Saindo do meu lar no meio da tempestade.
Perdido numa terra que eu desconhecia com pessoas que eu não entendia. Na busca de algo que eu acredito. Na eterna busca de algum Mago que realize um desejo.
Não sei bem o que vou pedir quando a hora chegar. Mas desconfio que a busca é a melhor parte da jornada....
70 anos do mágico de Oz (film)
terça-feira, 18 de agosto de 2009
by AlphaMale
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