Não porque fosse parte um e parte outro.
Mas porque não sabia onde começava nem onde ia terminar.
Cortava as palavras e as pessoas com precisão cirurgica. Entrava nas vidas como um anjo, saia como um sequestrador.
Violentava as idéias... corria pelas horas. Dormia nos cantos. Observava os passos calculando os sonhos.
Sonhava acordado e fazia juras.
Primitivo e promissor, tinha um futuro clássico.
Era sóbrio. Poderia escrever numa arvore ou rasgar um livro. Poderia matar o tempo ou curar as mágoas.
Tinha nas mãos mais que tesouras e agulhas... eram corações. Eram orações cheias de esperança.
Que esperavam por uma dança, como no primeiro baile de primavera.
Primtiva quimera.
Era assim um bicho estranho, com cara de santo e cauda de belezebu.
Destruia tudo que tocava pra poder reconstruir. Era arquiteto, engenheiro, de coisa alguma.
Era louco e as luzes não acompanhavam seu pensamento nem as vozes lhe alcançavam o ouvido.
Viu passar as horas e os dias como sombras rápidas com um sorriso psicótico e permanente na face.
Tinha medo de não ver. Vergonha de não amar.
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